quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Jacaré relembra Big surf no Brasil

Jacaré Foto Lucas Barnis

No Brasil existem vários beach breaks com bancadas capazes de receber grandes ondulações: Maresias, Itacoatiara, Fernando de Noronha, Silveira, Imbituba e certamente mais alguns que não me vêm à mente neste exato momento.
 Mas um em especial, eu respeito muito, tanto quanto a Laje de Jaguaruna. Este pico chama-se praia do Cardoso, no cobiçado Farol de Santa Marta, situado ao Sul de nosso país, em Santa Catarina.
 Quebrando com vários tipos de combinações de swells, posso afirmar que quando o Cardoso está grande, o bicho pega e pega mesmo. Até o nome muda de Cardoso para o apelido mais comum em dias de fúria: “Cardosão”.

Jacaré Foto Lucas Barnis
Nesse pico vários relatos de big swells já foram protagonizados. O próprio surfista Dê da Barra em 2004 surfou uma onda estimada em 9 metros de face, impressionando a todos e a mídia nacional do surf brasileiro. 
 Lembro muito bem dessa onda do Dê, eu estava  me arrumando na beira de praia pra sessão e vi ele descendo uma rampa interminável. Na hora, parecia Mavericks gigante. Ele chegou à base e foi engolido por mais de 1 minuto, foi a imagem mais impressionante que já vi no pico.
Jacaré Foto Lucas Barnis
 Depois deste vários outros swells monstros foram surfados no pico, em sua grande maioria sem registro. Mas um em especial ficou marcado em minha vida, o do dia 21 de outubro de 2011.
 Esse sim nunca vou esquecer. Foi um dia muito especial, as ondas passavam facilmente dos 5 metros de face quebrando muito atrás da ilha do Farol. Séries intermináveis entravam alinhadas e perfeitas como se fosse uma sinfonia.
 Nesse dia percebi que o Cardoso tem algumas diretrizes que lembram muito a Laje da Jagua, uma delas que percebi que ali quando maior as ondas, melhor o mar fica. Também percebi que nesses dias “x”, qualquer vacilo, você pode pagar caro, podendo até perder a vida.
 Tirando a Laje, pra mim é o pior caldo do Brasil, a onda te arrasta pelo fundo por cerca de uns 250 metros, isso tudo sem respirar, sendo que as séries sempre variam entre cinco a sete ondas. 
Jacaré Foto Lucas Barnis
 Nesse swell que estou detalhando, posso afirmar que foi um dos melhores mares que já surfei no Brasil, mas também posso detalhar que não existe ser no mundo que encare tal situação sem dizer que não tenha medo. Surfei  em torno de 20 ondas intermináveis sendo rebocado pelo big rider casca grossa André Paulista.

“Quando a série entrava, procurava escolher logo a maior e mais cavernosa, rebocando o Jacaré na melhores, quando eu o largava, de trás o oceano cobria toda praia, eu ficava sem saber onde meu parceiro se encontrava, tinha que o resgatar o mais rápido possível, sabendo que eu poderia por em risco a vida dele", disse Paulista.
 Foi um dia inesquecível e ilustrei algumas fotos relíquias de arquivo do fotógrafo Lucas  Barnis, e que em 2012 Deus nos conceda boas ondas a todos. Um ótimo ano com muita paz e alegria, aloha!

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