terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Thiago Jacaré na "Vaca da Vida"

O dia a dia de quem vive em funções de ondas grandes segue um certo ritmo: acordar, olhar o mar e verificar os gráficos da internet com a esperança de visualizar um bom swell se aproximando.


No Brasil, a entrada de grandes ondulações é bem menos frequente do que no Hawaii. Nosso período de ondas é mais constante entre os meses de abril e agosto, quando as temperaturas baixam.

Só a palavra “grande” já carrega um certo respeito, mas quando o assunto é “ondas grandes” a história é outra. Quando o surf acontece a 5,3 km da costa, em uma bancada de 1,5 metros de profundidade e com ondas que passam facilmente dos 4 metros de face, a situação fica bem delicada.


Com um lip grosso e pesado, que pode facilmente triturá-lo, você pensa duas vezes se realmente é isso que deseja enfrentar. Trata-se de colocar sua vida em risco a cada caída. Sabe-se que, para aqueles que gostam destes desafios, o preparo físico é algo essencial para um desempenho bom e seguro dentro da água.

A onda da Laje da Jagua, Jaguaruna (SC), é simplesmente o pior caldo do Brasil e já fez algumas vítimas em sua bancada. Em 2005, o big rider Luis Roberto Formiga tomou um caldo de 40 segundos em uma onda monstruosa. Na ocasião, ele relatou que foi uma das piores vacas de sua vida.

No mesmo ano, João Capilé levou outro e ficou duas ondas desaparecido debaixo da água. Em 2006, no “Mormaii Tow In Pro”, primeiro evento de tow in do país, Jorge Pacelli também relatou um caldo terrível na Laje, com mais de 30 segundos debaixo da água.
Este ano foi a vez de Thiago Jacaré ver a morte de perto. Jacaré já havia relatado algumas vacas apavorantes que tomou na Laje, mas, desta vez, ele teve sua pior experiência. O surfista, local do pico, ficou submerso por cerca de 35 segundos.

“Lembro-me que olhei de cima e vi toda bancada para fora, quis acreditar no drop, mas eu estava muito atrasado na onda. Foi quando me deparei de cara com a bancada afiada", conta Jacaré.
"Nossa! Só quem já passou por isso pra dizer o que essa onda faz com você. Te joga pra bancada, rola pra um lado e pro outro, esmaga você nas pedras e depois lhe arremessa a uma profundidade que sai dos 1,5 metros para 20 metros muito rapidamente, é sinistro”, relata Jacaré.
O surfista logo foi resgatado por seu parceiro, Plínio Cruz, que geralmente o acompanha nas grandes sessões da Laje. Jacaré saiu tonto, vomitando água e sangue.

Os “Slab Crazys” (Loucos da Laje) treinam diariamente natação, surf, tow in, apneia e corrida, e ainda passam por este sufoco a cada sessão de tow in na Laje.


Agora, imagina um corajoso despreparado ou um surfista de final de semana, será que consegue sobreviver? Por vias das dúvidas é melhor não arriscar.

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terça-feira, 8 de setembro de 2009

Entrevista com "Thiago Jacaré"


O catarinense Thiago Jacaré é conhecido por suas sessões de big surf na Laje da Jagua, Jaguaruna (SC). Com 26 anos de idade e 13 de surf, ele é um especialista nesta onda, uma das maiores do Brasil.

A onda quebra a cerca de cinco quilômetros costa e foi desbravada em 2003 pelo big rider Zeca Scheffer. Thiago foi o último a rebocar Zeca em uma sessão de tow-in na Laje. Naquela mesma semana o "desbravador" do pico faleceu em um acidente de carro.
Jacaré vai até a base da morra. Foto: Arquivo Pessoal.

Apesar da morte de Zeca, o trabalho de propagação da Laje do Jagua pelo Brasil e pelo mundo continua. É levado à risca por Thiago Jacaré e pela Associação de Tow In de Jaguaruna (ATOW-INJ).


Nesta entrevista, Jacaré relata sua vivência no big surf e conta como foi dividir o outside com Zeca Scheffer.

Como foi sua iniciação no surf?
Comecei a surfar com 13 anos, hoje tenho 26. Aprendi aqui mesmo em Jaguaruna. Moro de frente pra Laje. Desde pequeno era amarradão em ondas grandes e já gostava dessa adrenalina de surfar ondas maiores.

A Laje da Jagua sempre foi um objetivo, nós víamos a onda quebrar da beira da praia, mas nunca podíamos surfar, já que ela quebra a cinco quilômetros da costa.

Em 2003 conheci o Zeca Scheffer. Desbravador das ondas da Laje, ele veio a falecer em 2006, alguns meses depois do primeiro evento de tow-in do Brasil, aqui mesmo em Jaguaruna.

Tive o início com o Zeca, mas foi o João Capilé quem me envenenou com o tow-in. Desde então me dedico totalmente a este esporte maravilhoso. Se fosse contar toda história daria para escrever um livro!

E como foi sua primeira onda grande?

Sempre peguei ondas grandes no Farol de Santa Marta, Jaguaruna e Garopaba, mas minha primeira e grande onda na vida foi ali mesmo na Laje do Jagua. O mar tinha uns 6 metros de face e quem me rebocou naquela bomba foi o Zeca. Foi inesquecível, pois logo em seguida tomei a maior vaca da minha vida!

Você citou o Zeca Scheffer, "descobridor" da Laje do Jagua. A figura dele é presente entre os big riders deste pico?

Sim e muito. O Zeca foi nosso maior guerreiro, um fenômeno e o verdadeiro desbravador das ondas de Jaguaruna. Determinado, estava sempre presente em todos os grandes swells no pico. Tinha a onda da Laje do Jagua como sua principal pista de treino.

Foi o Zeca quem colocou Jaguaruna no mapa mundial das ondas grandes. E na laje, sua presença é sempre constante. Eu fui o último a rebocar o Zeca numa onda. Ele estava há três meses sem surfar. Me lembro que nesse dia o coloquei em várias ondas boas aqui mesmo na laje. Além disso, ele completou uma manobra que vivia tentando. Na época, apelidamos a manobra de "zecacoptero".
O que você acha da cena do tow-in no Brasil? O que pode melhorar?

Nós aqui da ATOW-INJ (Associação de Tow In de Jaguaruna) firmamos um pacto para divulgar as ondas grandes de Jaguaruna. Queremos mostrar ao mundo que em nosso país existe sim ondas grandes.

Tudo está melhorando. Este ano foi criada a ABRASMO (Associação Brasileira de Surf Motorizado), que representa o tow-in no Brasil. O que pode melhorar mesmo é as marcas brasileiras acreditarem mais nos projetos e investirem nos atletas e eventos relacionados ao tow-in.
Como é seu trabalho com a ATOW-INJ?

Presido a ATOW-INJ há cinco anos e realizo os trabalhos junto com uma grande equipe de colaboradores. A função principal já foi feita, que era colocar Jaguaruna como cartão postal da maior onda do Brasil.
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segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Big surf SC - Treino em Jaguaruna


Frio, chuva e ondas grandes, fatores típicos da região sul do país nesta época do ano.A equipe da ATOW-INJ( Associação de Tow In de Jaguaruna) monitorava o um ciclone extra-tropical que rondava o Estado de Santa Catarina.

Sempre que um ciclone atinge a região de Jaguaruna, todos ficam em alerta na expectativa de surfar as pesadas ondas da Laje da Jagua. Acreditando na possibilidade de mais um bom swell, prepararam-se para mais uma investida.Lamentavelmente o ciclone perdeu força, afastando-se do litoral para alto mar,fazendo assim com que swell perdesse força.

Mesmo as ondas não estando grandes, não deixaram passar em branco toda função de quem vive e respira o tow in na veia, aproveitaram o momento para realizarem mais uma tow session em pleno quintal de casa.
Na session, equipe da ATOW-INJ representada por Plínio Cruz, Ricardo Amassado, Leandro Lima, André Paulista e Thiago Jacaré e equipe Anjos do Mar coordenada por Marcelo Ulyssea.
O fotógrafo Jaime Redivo ficou mareado, dificultando assim sua permanência no pico, mesmo assim conseguiu obter registros de algumas ondas.


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quarta-feira, 8 de julho de 2009

Laje da Jagua em Degraus

O mesmo swell que movimentou a abertura do circuito mundial do Brasil em Imbituba, o trials do campeonato de tow in em Maresias e boa parte do litoral brasileiro, também balançou Jaguaruna, Sul de Santa Catarina.


A equipe da Atowinj – desta vez integrada por Thiago Jacaré, Plinio Cruz, André Paulista, Fabiano Tissot, Carlos Battastini e o fotógrafo Mauricio Drunn – deslocou-se para o alto-mar a fim de surfar as pesadas direitas da Laje que rolam a 5,3 km de distância da praia.


A maré estava muito seca, fazendo com que os tradicionais degraus no meio da parede aparecessem de forma ainda mais imprevisível, o que ocasionou alguns momentos surpreendentes, com destaque para duas ondas de Andre Paulista, que depois de voar lá de cima na parte mais crítica da seção, levando um caldo perigoso, retornou pra surfar outra craca na sequência.

As séries demoravam para aparecer e era quase impossível prever a leitura das ondas e essa é uma característica básica desse pico, que dificulta muito o surfe e a rebocagem, já que quando elas batem na pedra podem tanto formar um tubo seco, como um lip amassado, bem como vir com um bom tamanho, mas correr de forma gorda por fora da bancada.














O certo é que só tentando surfá-las saberemos o que realmente rola ali, mas, no fundo, temos certeza de que além de uma montanha submersa, a Jagua possui uma das maiores e mais fascinantes ondas do Brasil.

domingo, 5 de julho de 2009

Laje da Jagua, dia do trabalho no pico



Durante o feriado de primeiro de maio, uma boa ondulação encostou em Jaguaruna (SC), com os sites de previsão marcando 2,5 metros e período de 14 segundos.
Os tow surfers locais da Associação de Tow In de Jaguaruna (ATOW-INJ), desta vez com a presença de Thiago Jacaré, Chico Prietto, Fabiano Tissot e o fotografo Jaime Redivo, dirigiram-se cedo pela manhã na direção dessa montanha submersa localizada a 5,3 quilômetros da costa para mais uma sessão de tow in surf off shore em águas brasileiras.

A Laje da Jagua, desbravada por Zeca Scheffer e Rodrigo Resende em 2003, continua impressionando e surpreendendo os surfistas. Naquele dia, as condições apresentavam direitas pesadas, perigosas e imprevisíveis rodando sobre o raso fundo de pedras.

A direção do swell facilitava a formação de degraus na parede das ondas e dificultava a leitura e a rebocagem.

A Laje de Jaguaruna é conhecida pela sua forca e forma peculiar, podendo ser lembrada como a Tasmânia brasileira, uma onda de muitas faces e fascínios que deixa cada vez mais sua marca no surfe catarinense e nacional.

Laje da Jagua STAND UP X TOW IN



Surfar na Laje da Jagua, localizada no município de Jaguaruna, Sul do estado de Santa Catarina, envolve você em uma atmosfera toda especial e é sempre inesquecível.
E não só pelas belezas naturais da região. As peculiaridades da onda em si, ou pela companhia dos locais da Associação de Tow in de Jaguaruna (ATOWINJ), como Thiago Jacaré, Plínio Cruz e desta vez em especial com Roberto “Gaucho” e o fotografo Christian Jung.
Outro fato marcante em relação ao pico diz respeito à constante lembrança de nosso amigo Zeca Scheffer, desbravador do tow in na Laje e que, com certeza, do céu nos acompanha a cada aventura.

Essa onda habita numa região de belezas naturais encantadoras e possui como característica principal o fato de posicionar-se em alto mar.
Os 5,3 quilômetros de distância da costa fazem você não esquecer tão facilmente que está deslizando com seus pés sob uma montanha aquática submersa, separado por uma lâmina d’água com profundidade média de 1, metro tendo um peso oceânico sobre sua cabeça.

Essa complexidade natural que envolve o tow in no local requer uma logística apurada, o que nunca torna o processo algo simples e exige dedicação extrema de cada envolvido.
Conforme a direção do swell rolam direitas ou, como desta vez, esquerdas.
Com o auxilio de toda equipe pude levar meu stand up para abrirmos os caminhos do SUP na Laje.


Por sorte tivemos uma sessão com boas ondas, um lindo dia de sol e água cristalina.
Ao final rezamos um Pai Nosso para agradecer a Deus pelas ondas e lembrar a presença em espírito do nosso amigo Zeca Scheffer, já que graças à sua coragem e dedicação estamos surfando a Laje da Jagua de tow in e desfrutando esta herança inesquecível que ele nos deixou.

Laje da Jagua, direita volver

Swell de Sul, período bom entre 11 e 12 segundos, big riders em alerta na expectativa de encarar mais uma vez as ondas da Laje da Jagua (SC).
Situada a 5,3 quilômetros da costa da praia de Jaguaruna, a onda da Laje vem despertando os olhares da mídia do surf brasileiro.


Barca armada e towsurfers em adrenalina. Da beira da praia só avistavam-se baforadas, dando para perceber que desta vez a session seria na direita e sempre que é na direita, o bicho pega. Na trip, o cinegrafista Jaime Redivo e a equipe Atow-inj, representada pelos towsurfers Ricardo Amassado, André Paulista, Plínio Cruz, Carlos Beattastini e Thiago Jacaré.


Chuva, mar liso e ondas que chegavam aos 4 metros de face quebrando na rasa bancada da Laje.
Uma session de respeito, pedra para fora, caldos insanos e bons tubos. André Paulista se destacou muito no pico, sempre procurando o limite da onda.

“Participei de três sessions este ano na Jagua. Estava pensando em viajar para pegar ondas boas e pesadas, mas já mudei de opinião. Jaguaruna é espetacular”, disse o big rider André Paulista, logo depois de encarar a direita da Laje.

O bom de toda essa história é que agora sabemos que além de ter uma esquerda grande, a Laje da Jagua possui uma direita cascuda e de respeito.

Jagua apresenta suas armas

Dia de chuva, vento Sul bombando e tow surfers em alerta aos gráficos na internet. A previsão de ondas do Waves anunciava a entrada de mais um swell no Sul de Santa Catarina. Sabemos que quando o assunto trata-se de ondas grandes, Jaguaruna é destaque.

Hoje podemos afirmar que o Brasil entra definitivamente para o mapa mundial das grandes ondas, além de ser privilegiado com uma das maiores e mais pesadas ondas da América do Sul.

A poderosa Laje da Jagua no município de Jaguaruna (SC) mal acabou de ser descoberta e já tem tamanho suficiente para levantar a bandeira de nosso país. As coisas mudaram. Hoje não precisamos ir muito longe para realizar uma session de tow in de verdade.

Swell na área, atividade. "Todos atentos 1, 2", como diria nosso grande e querido amigo Zeca Scheffer, grande desbravador do pico junto com Rodrigo Resende.

Na barca, a equipe da ATOW-INJ (Associação de Tow In de Jaguaruna), representada pelos tow surfers Thiago Jacaré, Plínio Cruz, André Paulista, Carlos Beattastini, Ricardo Amassado e a equipe Anjos do Mar, composta por Marcelo Ulyssea e Élcio da Luz. Kevin, surfista californiano local de Mavericks, estava na redondeza e aproveitou para conhecer a imponente onda da Laje.

Embora a chuva tenha atrapalhado a qualidade das imagens, isto não foi um impedimento para o cinegrafista Jaime Redivo. A única certeza é que estamos chegando perto de homologar a Laje da Jagua como rota oficial das grandes ondas mundiais.

“Sei que é possível e vamos alcançar nosso objetivo. O dia chegará e muita gente irá valorizar o que nunca foi valorizado”, diz Thiago Jacaré, tow surfer local do pico.

Em um futuro próximo, Jaguaruna será palco de uma das etapas do campeonato brasileiro de tow in, ou melhor dizendo, será a pérola do circuito.

Lajeda Jagua, o despertar do gigante





Os gráficos na internet anunciavam mais um bom swell no Sul do Brasil. Ondas de mais de três metros com período variando entre 13 e 15 segundos nas séries.
A equipe da Atow-inj (Associação de Tow In de Jaguaruna), com seus integrantes Fabiano Tissot, Plínio Cruz, André Paulista e Thiago Jacaré estavam há uma semana monitorando o swell e viabilizando toda estrutura para encarar a temida Laje da Jagua (SC).
Além deles, o cinegrafista Christian Jung e o fotógrafo Jaime Redivo também compareceram para a session, assim como a equipe Anjos do Mar, que contou com a presença dos surfistas Marcelo Ulyssea, Saulo Lyra e Élcio da Luz.
A convite da Atow-inj, um dos big riders pioneiros do tow in no Brasil, Romeu Bruno juntamente com seu parceiro Renatinho também apareceram em Jaguaruna para conferir o swell.
Todos acreditaram e por fim as parcelas do consórcio de quem vive correndo atrás das grandes ondas foram pagas com sucesso. Ondas com até 4 metros quebraram na rasa bancada da Laje de Jaguaruna, proporcionando momentos marcantes para os que estavam presentes.
Mais uma vez este pico provou porque é considerado por muitos a maior onda do Brasil.

Matérias da Jagua