sábado, 28 de dezembro de 2013

Vídeo: Laje da Jagua no páreo

Thiago Jacaré apresenta novo vídeo com o maior swell do ano que atingiu a Laje da Jagua, em Jaguaruna (SC). Algumas ondas vão concorrer ao Prêmio Greenish 2013 na remada. Confira as pedradas.

Confiram no vídeo:

Sabadão punk na Jagua

Fabiano Tissot
Na última quinta-feira (5/12), Fabiano Tissot havia me ligado alertando sobre a entrada do maior swell do ano para último sábado (7). Na mesma hora pensamos em direcionar todo o foco para a remada, tentando assim buscar um bom registro para o Prêmio Greenish Brasil 2013.

Não deu outra, e começou toda aquela correria para agilizar os surfistas e os equipamentos em apenas um dia. Fui logo na Nob, fábrica de coletes em Florianópolis (SC), e peguei os coletes de remada que haviam ficado prontos recentemente. 

Thiago Jacare
Na sexta-feira, com a chegada do Tissot e do surfista André Paulista em Jaguaruna, fomos para o Farol de Santa Marta encarar um fim de tarde na praia do Cardoso. Chegando lá, encontramos o local do pico, João Baiuka, que já estava a nossa espera.

Marcos Moraes
O mar estava grande, ondas de 3 metros com séries maiores entravam no pico com uma corrente que eu nunca havia visto na vida. Caímos nós quatro na água e ficamos remando por quase uma hora para escapar da forte corrente que nos arrastava para cima das pedras. Pegamos algumas ondas, testamos os coletes e colocamos as pranchas nos pés. Foi bom pra sentir o que já estava por vir para o dia seguinte. 

No sábado pela manhã, acordamos bem cedo, olhamos o mar e já vimos que o bicho iria pegar. João Capilé, que estava no Peru quando soube do swell, voltou correndo para o Brasil. Marcos Moraes, Arno Phelipe e Willian Oliveira vieram de Garopaba e reforçaram a barca. 

Fabiano Tissot
Quem apareceu para conhecer as ondas da Laje foi o ator Mario Frias, que também é apaixonado pelo surf. Mario chegou na base da Atow-Inj logo cedo com os amigos Gabriel Galdino e Julio Rossi, com o intuito de conhecer de perto as pesadas ondas do pico. Antes de sairmos, nos reunimos e planejamos toda a trip.

O objetivo era pegar as guns e garantir um bom registro das bombas na remada. Levamos quatro pranchas, todas 10’3: Pacelli, Steve Tyau, Jorge Vicente e uma do Butiá, shaper local da Jagua. Quando chegamos na Laje, vimos uma série gigantesca varrendo toda a bancada. Ondas acima de 4 metros quebravam perfeitas, dando um verdadeiro feeling de Hawaii. 

Surfamos durante quatro horas no pico, começando a session na remada. Montamos todo um esquema para garantir a segurança da galera na zona mortal da onda. Paulista e Capilé ficaram no resgate dando apoio, e eu fiquei no jet com o fotógrafo Lucas Barnis, que registrava todas as ondas em fotos e vídeos. 

Willian Cardoso
As melhores ondas foram filmadas, mas Barnis conseguiu garantir algumas fotos para poder ilustrar essa matéria. Sendo direto e objetivo, posso dizer que tirei o chapéu para Marcos Moraes e Fabiano Tissot. Os caras mostraram muita coragem e encararam a Laje no braço de uma forma bastante agressiva. Desceram as maiores ondas e tomaram caldos sinistros, honrando o nome da Atow-Inj. 

Com toda a certeza, mais uma vez vamos incomodar forte no Prêmio Greenish deste ano, pois conseguimos obter bons registros. Um tempo depois abortamos a remada e fomos todos para o tow in. Capilé, Arno e Willian deram um show à parte, vindo quase sempre nas morras por trás do pico. Gabriel, que sempre teve o sonho de conhecer a laje, pegou boas ondas e sentiu de perto o mostro que mora perto de sua casa. Já o ator Mario Frias teve uma das experiências mais loucas de sua vida. O cara não se intimidou e botou pra baixo também.

“Não sabia que o Brasil tinha ondas desse nível. Quando cheguei ao pico não acreditei, parecia um sonho, presenciei as maiores ondas da minha vida. Jaguaruna é espetacular, um lugar inacreditável”, finalizou Mario Frias. 

Os últimos a surfar fomos eu e o Paulista. Fizemos uma dupla no tow in e descemos algumas bombas. No fim do banho, erguemos os braços e agradecemos por Deus nos abençoar com esse belo presente de Natal. Valeu e até a próxima!

Agradecimentos pelo suporte da trip: Rise Up, Art in surf e Star Lite.


Vídeo: Laje da Jagua - No braço e na corda

Em mais um vídeo com boas ondas, Thiago Jacaré, Marcos Moraes, André Paulista, João Baiuka, Rafael Macaco, Joi Luiz e Samuel Giassi surfam a Laje da Jagua, em Jaguaruna (SC), na remada e no tow-in. O videomaker Lucas Barnis estava presente e registrou toda trip.

Confiram no Vídeo:



sábado, 9 de novembro de 2013

Laje da Jagua - Caçadores de adrenalina

Marcos Moraes
Thiago Jacaré
Não havia nada de especial na ondulação que entrou na última semana em Jaguaruna (SC). Segundo as previsões, o swell era pequeno e estava de sul / sudeste com período de 12 a 13 segundos e ondas de até 2 metros, mas sempre que períodos altos pontam nos gráficos em Santa Catarina, a Laje da Jagua recebe uma atenção especial daqueles que vivem em busca das grandes ondas.

O swell não era grande, mas mesmo assim a equipe da Atow-inj monitorava a ondulação com cautela. Quando a previsão se confirmou, entramos em contato com todos para mais uma investida. Na barca estávamos eu, o fotógrafo Lucas Barnis e os surfistas João Baiuka, Leandro Pacheco, Rafael Macaco, Joi Luiz, Samuel Giassi, Marcos Moraes e André Paulista.

Chegando ao pico, de cara já vimos que o dia seria para remada. As ondas quebravam perfeitas para os dois lados, mas percebemos que a direita estava sinistra com a bancada praticamente exposta.

Imagina a situação de estar vindo lá de trás, dropando a onda e, quando você vai dar a cavada na base, surgem pedras afiadas com 20 cm para fora da água? Na verdade, nem queira imaginar, pois a situação não é nada agradável e faz você pensar dez vezes antes de se arriscar. Não é sempre que a onda fica assim, mas, quando fica, o clima é tenso no pico, pois qualquer vacilo pode colocar sua vida em jogo.

Marcos Moraes
Encaramos primeiro na remada, e depois realizamos um sessão de tow-in. O destaque dessa vez foi Marcos Moraes, surfista de Garopaba que conseguiu surfar uma das maiores do dia na remada. Vamos inscrever a onda do Marquito no Prêmio Greenish Brasil 2013, e mais uma vez a equipe da Laje vai brigar forte pelo prêmio.

Samuel Giassi
“Quando surfamos na Laje, trabalhamos todos em conjunto para obter os melhores resultados, tanto na segurança como no registro de imagens. Somos uma família, uma história que começou na época do Zeca Scheffer, em 2003, e está viva até hoje”, finalizou Marcos Moraes.

Mudamos a estratégia quando fomos para a sessão de tow-in. Optamos em surfar a direita, mas sabíamos que o desfio seria ainda maior. Por várias vezes passamos riscando as quilhas na bancada, mas graças a Deus tudo deu certo e pudemos desfrutar de ondas de peso em pleno quintal de casa.




terça-feira, 15 de outubro de 2013

Vídeo: Laje da Jagua 2013

segue o vídeo do swell surfado na Laje da Jagua em setembro de 2013.

Laje da JaguaSwell na contramão

Thiago Jacaré
No início da última semana, Fabiano Tissot me ligou falando da chegada de um swell no fim da semana. Como estamos no período de espera do Desafio Laje da Jagua de Ondas Grandes, ficamos monitorando os gráficos de previsões com cautela. 

Sabíamos que a Laje da Jagua iria quebrar, mas seria muito complicado chamar um evento desse porte com os gráficos na internet marcando menos de 3 metros de ondas. Como a previsão de chamada não iria acontecer por não atingir os padrões mínimos de tamanho e período, o jeito era reunir a equipe da Atowinj (Associação dos Surfistas da Laje) para mais uma session. E logo começamos a função: levar jet para revisão, arrumar carreta, preparar equipamentos, agilizar tudo o que é preciso para que tudo dê certo.

Marcos Moraes


O melhor dia do swell apontava ser a sexta (27/9). Acordamos às 5:30 da manhã. Vimos que o mar na costa não era dos maiores, mas que a Laje estava funcionando. Na trip, eu (Thiago Jacaré), os atletas Fabiano Tissot, Lucas Phiippi, Arno Phiippi, William de Oliveira, João Baiuka, Marcos Moraes, Felipe Vieira o fotógrafo Lucas Barnis e Alexandre Takeo organizamos tudo e partimos mar adentro.

Chegando ao pico, não dava pra acreditar no que víamos: mar liso, água verde e ondas alucinantes. Percebemos que o bicho ia pegar, pois a onda era pra direita e estava em cima da pedra. Logo começamos a surfar e as ondas estavam perfeitas. Arno e Lucas arrebentaram, pai e filho em sintonia total. Ficamos quase 8 horas na água, e o fotógrafo Barnis testou pela primeira vez um equipamento que permite usar a filmadora e máquina fotográfica ao mesmo tempo. Quando estávamos já cansados de tanta onda, apareceu no pico o surfista profissional Aldemir Calunga, que veio acompanhado do seu amigo Zé Neto, local de Imbituba.
Arno Phelipe


Foi alucinante rever Calunga e poder recebê-lo na Laje. Ele pirou quando viu as ondas. Surfou algumas na remada e depois o puxei numas boas a reboque também. “Esse mês, fez um ano do meu acidente, em que vivi novamente. Sem dúvida essa trip foi um grande presente pra mim. Estou muito feliz em saber que temos uma onda de calibre internacional aqui no nosso país. Teve série que eu olhava e achava que eu estava no Hawaii. A onda é muito boa. Amei este lugar", disse Calunga.



Thiago Jacaré
De cabeça feita, voltamos pra praia e fomos recebidos por nosso amigo Fabricio Graviota com um belo churrasco. Aí, foi só relaxar, curtir os vídeos e as fotos da sessão e agradecer a Deus por mais um dia de big surf em pleno território brasileiro. Agradecemos ao apoio da Art in surf, Shaper Butiá, Rise Up e e a Star Lite.







sábado, 31 de agosto de 2013

Sabadão sinistro na Laje da Jagua





Enfim, em casa, no quentinho, curtindo um som, tomando um chimarrão. A chuva e o frio continuam. O dia sábado foi sinistro. Acordei cedo, olhei para o mar e, de cara, vi da minha janela a laje da Jagua espumando. 




Reação espontânea: já fui correndo agilizar as paradas pra trip. Estava chovendo e a temporatura era de 9 graus na beira da praia. Fiz alguns contatos e logo fomos encarar mais uma session na laje.

Sei que certamente não era o swell exato do evento da laje, o desafio de ondas grandes, justamente porque a ondulação não atingiu o tamanho mínimo esperado, mas sabia que iríamos pegar boas ondas.

Ao chegar lá fora, logo nos deparamos com uma esquerda animal rodando em cima das pedras, dando para perceber que as condições estavam sinistras: água trincando, frio pra caramba, ondas de 8 a 12 pés em cima da pedra e uma corrente que dificultou muito o registro de algumas ondas e o posicionamento do surfista no pico.

Fomos com dois jets e encaramos as ondas na remada e de Stand Up. Conheço Alexandre Takeo, o Magrinho, há pouco tempo, mas tiro o chapéu para o cara. O moleque é casca-grossa mesmo.

Como o mar estava com muita corrente, Takeo não conseguiu pegar muitas ondas, mas teve muita coragem e raça, pois passou por momentos insanos na água, situações em que eu olhava e dizia “Nossa, se ele fosse nessa, certamente morreria”. Escapou de vários caldos e tomou algumas na cabeça, mas provou mais uma vez que é um dos melhores “supistas” do Brasil.

A trip foi tensa. Com o passar do tempo, a chuva engrossou e a cerração caiu em peso. Não conseguíamos nem mais ver a praia. Eu fiquei por boa parte no resgate, juntamente com Carlos Piri, que, mesmo doentão, foi com a gente e ajudou no apoio.

Tenho dois amigos que sempre me encheram o saco implorando pra leva-los juntos para curtir a laje. Ambos são pai e filho: Marcos Giraldi, fotógrafo, e Alexandre Giraldi, surfista. Fiquei por 10 anos prometendo que um dia levo, um dia levo, um dia levo (risos) e infelizmente esse dia havia chegado. Surgiu a oportunidade e foram juntos para conhecer a maior onda do Brasil. Ficaram chocados com o que viram de perto, um espetáculo à parte da natureza.

“Sempre tive esse sonho de conhecer a laje e de surfá-la. Achei que era só ter a oportunidade e chegar lá e descer as bombas, mas quebrei a cara e vi que aquela onda é especial. Além de tudo é muito desafiadora. Resumindo: não é onda pra qualquer um. Tem de ter muito conhecimento e estar bem preparado, senão você pode pagar caro”, afirmou Alexandre logo após tentar um drop e vir arremessado na bancada”.

O destaque da vez foi Marcos Moraes, que, logo depois de vários caldos, conseguiu vir lá de trás numa nega velha daquelas. Eu olhei e pensei na mesma hora “Putz, está aí a onda do Greenish 2013 (risos)!”.

Poxa, infelizmente não filmamos, só fotografamos. Uma pena, mas reclamar do quê, se surfamos ondas internacionais em pleno território brasileiro, no quintal de casa.

A volta foi a pior parte. Não víamos nada, não sabíamos se estávamos indo para a costa ou para o alto-mar, situação extrema. Navegamos, navegamos e nada, daí paramos, observamos a direção da ondulação, confiamos nela e seguimos junto ao destino que ela traçava.

Nossa, depois de quase uma hora navegando sem rumo, avistamos a praia, só que fomos parar 20 quilômetros distante do nosso rumo de saída, daí tivemos que navegar lateralmente até chegar ao local exato. No caminho, ainda presenciamos uma baleia enorme com filhote dando espetáculo do nosso lado, algo incrível mesmo. Parecia que estava comemorando a nossa chegada, uma obra divina de Deus todo poderoso.

No final, só tivemos que agradecer. Surfamos altas ondas, ficamos perdidos, vimos baleias, passamos frio e, enfim, chegamos sãos e salvos para contar toda a trip. Aloha e até a próxima !!!

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Fabio Gouveia fala sobre a Laje da Jagua

Vídeo de Fabinho Gouveia falando sobre seu primeiro dia de surf na maior onda do Brasil.

Gouveia a convite da ATOW-INJ  juntamente com o fotógrafo James Thisted, armaram uma trip até a Laje afim de encarar as ondas da Laje na remada.

Confiram depoimento de Fabio Gouveia no link abaixo:

http://www.youtube.com/watch?v=Dyn2_1wzqas

Fabinho Gouveia na Laje da Jagua

Estes dias fui batizado na Laje de Jaguaruna, Sul de Santa Catarina. E batizado com uma vaca em minha primeira onda apenas pra acordar, pra ficar esperto. Não que eu subestime qualquer lugar, longe disso, vaquei não porque me arrisquei, mas porque a onda é realmente  difícil  para a remada, tal como foi minha investida e a dos outros amigos que dividiram a session.

Amigos novos, que conheci naquela manhã de quarta-feira fria, chuvosa e ondulação de bem volumosa de 6 pés. A turma traduzia-se na Atow-Inj, ou seja, Associação de Tow-in de Jaguaruna. Há cerca de um mês e meio confeccionei uma gunzera 9’6” já visando a temporada havaiana ao final do ano, mas também  pra ter um “barco” para alguma ocasião no Brasil.

Falando assim, parece até que sou um big rider! Vish, mas olha que bicho enxerido! No entanto, ao ver aqui no Waves que Atow-Inj havia aberto o período de espera para o Desafio Mormaii de Ondas Grandes, na remada, achei que poderia estar presente por ser co-patrocinado pela empresa.

Sem muita pretensão, quero ao menos estar presente, tento uma vaguinha na lista de alternates, pois a oficial já está lotada e lotada de grandes nomes do big surf brasileiro renomados internacionalmente. É só checar lá, Carlos Burle e Danilo “crazy train” Couto encabeçam a fila com 24 atletas.

Pico desconhecido, evento de onda grande… No mínimo eu precisava dar uma checada antes do grande dia e, para a minha surpresa, a oportunidade surgiu apenas uma semana após meu contato com o Thiago Jacaré, presidente da Atow-inj. Ao receber sua ligação, contatei o fotógrafo e video maker James Thisted, com quem regularmente faço umas sessions de surf aqui em Floripa.

Aliás, havia recorrido antes ao James para tentar o contato com o “Jacaré”, com quem  ele fotografou o pico em algumas ocasiões em outras oportunidades. Às 4:30 despertamos e às 5 da manhã já estávamos na BR 101 Sul, que agora, duplicada em sua maior parte até Laguna, nos levou rapidamente ao pico.

No meio do caminho, logo após as obras da ponte em Laguna, passamos por duas caminhonetes com jets em suas carretas e logo imaginei que o dia prometia e que de repente o mar estaria bem grande, afinal, não é todo dia que há transito com jets em carretas.

Marquito e Ricardo Amassado eram os pilotos, que logo após nossa chegada em Jaguaruna também encostaram seus autos. Apesar de ondulação pequena para os padrões do pico, as condições prometiam, segundo a galera, até porque a laje, que fica a 5.3 quilômetros da costa, estava espumando desde a tarde anterior.

O beach break à frente estava com 6 pés de face, então alguma coisa na laje iria ter. Fui apresentado a todos da turma e aguardamos quando outras duplas com seus jets chegavam. Ao todo, seis jets.
Pega detalhe de um jet aqui, número de habilitação náutica ali …tudo organizado de acordo com os padrões de segurança, pois com a natureza e com as leis, não se brinca. A burocracia foi rápida e logo estávamos desembarcando as máquinas na beira da praia.

Pra mim, tudo novidade e estava amarradão, com a adrenalina elevada. Pra falar a verdade, nem sabia tanto o que me esperava, pois nunca tinha realmente visto o total pontecial da “Jagua” nas publicações.  Quero dizer, teria visto, talvez, mas sem dar a atenção merecida.

A surpresa foi chegar ao QG da Atow-inj e ter me deparado com gunzeiras havaianas. Logo vi que ali não era lugar para brincadeiras. O trajeto até a laje durou cerca de meia hora, pois não fomos com muita velocidade.

Chegando ao pico, Píri, que me dava carona em seu jet, fez para mim aquele reconhecimento do pico, passando da direita para esquerda e me indicando o tipo das ondulações e contando um pouco das histórias no pico e tamanho real de suas ondas.

As series demoravam e víamos que não era um dia assim tão propício. No entanto, veio uma série maior e deu pra entender o potencial da onda, pois uma direita volumosa cavou rápido na cabeça de laje.

A essa altura o Alexandre Magrinho, praticante de Sup, já remava pra cima e pra baixo a fim de pegar a primeira onda. Não demorou muito pra que viesse rapidamente em uma por trás do pico. A chupada na pedra era grande e fiquei ali analisando.

O swell era pequeno, no entanto volumoso, como dissera. A real era que a turma esperava mais do dia, porém, quando a brisa do maral de Sul diminuía, entravam algumas séries espaçadas de duas ondas. André Paulista, com sua 10 pés e não sei mais quanto, pegou uma, Marquito com seu barco de três longarinas coladas também pegou outra e resolvi entrar, até porque já estava começando a ficar com frio em cima do jet.

Assim que entrei, me coloquei para o drop e, quando a onda veio, remei forte. Achava que estava bem na fita, mesmo tendo remado mais ao rabo da onda. Foi tudo muitíssimo rápido e quando vi, já estava voando. Ao bater na superfície, não segurei o tranco e o caldo foi demorado, a ponto de ter de escalar a cordinha tamanho de 10 pés.

Quando subi, a galera já dava risada e ao mesmo tempo olhava apreensiva, mas o batizado estava consumado. A estas alturas, Magrinho estava solto em seu Sup, sempre remando atrás do pico. Sua forma de surfar já mostrava conhecimento do pico, pois estava bem atirado.

Na água, a turma relatava sobre as ondas que dão ali e só fiquei imaginando um dia grande, pois nessa onda oceânica, a semelhança com o Hawaii não é mera coincidência. Naquele momento, uma série entrou mais alinhada e Magrindo dropou atrasado.

Só vi os gritos da galera quando ele completou o late take off. O momento foi radical, mas para sua infelicidade, a onda de trás que também passou por nós, que estávamos um pouco fora do pico, quebrou em sua frente, bem em cima de seu sup.

Magrinho ainda soltou a cordinha, mas não teve jeito, o bichinho deu cria. Duas partes iguais. A partir dali, Magrinho passou apenas a acompanhar a session. Jacaré entrou na água com a gunzeira do André Paulista e, quando as ondas começaram a piorar, pegaram a prancha de tow-in e foram brincar.

André foi o primeiro a ser rebocado e ali tive a certeza do que ele me disse: “Salvo as esquerdas, a onda é especial para ser rebocado”. Em sua primeira investida, Thiago Jacaré já o puxou em uma boa onda, em que passou por baixo do lip.

O que tentávamos fazer em duas horas, o cara fez no primeiro minuto. Fiquei apenas olhando, apesar de ter sido convidado para ser rebocado. Bom, minha recusa fora pelo fato de nunca ter feito tow-in na vida e não era ali que queria aprender.

Acho que o tempo de pegar a corda eu até teria, mas achar o tempo do pico seria mais difícil.  Bom, deverei achar uma forma de fazer algum treino para uma outra oportunidade.

Durante a session, Napoli, um amigo da galera que estava treinando em seu jet para as ações na laje, começou a marear. Aliás, este fato é corriqueiro pra muitas pessoas que ficam ali por longos períodos nos lombos do jets balançando.

Plínio, que pilotava o jet ajudando no resgate, acompanhou juntamente com Píri o retorno de Napoli até a praia em nome da segurança. Dito e feito, o jet de Napoli deu pau e os caras tiveram que rebocá-lo até o inside.

Depois de três horas em alto mar, retornamos à base. Não sei quanto ao nível de curtição da galera, mas pra mim tinha sido um dia maravilhoso, cheio de adrenalina e um novo conhecimento, o de saber que no Brasil tem realmente onda de potencial havaiano.


E olhem que eu não vi nada doque o pico tem a oferecer. Na areia, haja trampo pra botar os jets nos carrinhos e depois de ver a turma jogando jatos de água em tudo quanto era buraco das máquinas me fez pensar; quanta função! Acho difícil um dia eu ser adepto do tow-in, mas de fato, quando se está com tudo pronto e dentro d’água, a diversão é maior e mais constante.



domingo, 19 de maio de 2013

Mormaii Desafio de Ondas Grande Laje da Jagua 2013


Cartaz do evento, photo: Akiwas
A Laje da Jagua receberá a elite do surf de ondas grandes brasileiro para o "Mormaii Desafio de Ondas Grande Laje da Jagua". O evento que oferece ao vencedor uma premiação de  R$7.000,00  será realizado na remada e conta com o período de espera entre 20 de maio e 31 de outubro de 2013.
 Outros dois eventos já rolaram no pico, ambos de tow in, realizados em 2006 e 2011, vencidos pela dupla Carlos Burle e Eraldo Gueiros.

A Laje da Jagua é uma onda oceânica que quebra sobre uma montanha submersa há 5,3 km da costa de Jaguaruna (SC), entrando para o cenário nacional em 2003 após ser desbravada de tow in pelo lendário big rider Zeca Scheffer (In Memoriam).

Zeca também se aventurou remando na Laje e dará nome a um prêmio especial, um troféu oferecido ao atleta com a maior "vibe" do evento. 

O "Troféu Zeca Scheffer" será entregue ao vencedor após uma votação realizada pelos próprios surfistas, tendo em vista os critérios: Atitude, motivação e companheirismo.

Como a Laje da Jagua é uma onda que se situa em alto mar e serão necessárias diversas embarcações para a realização do evento, a competição contará com a fiscalização e orientação da Capitania dos Portos de Laguna (Marinha do Brasil).

Lista de atletas convidados:


Carlos Burle, Danilo Couto, Eraldo Gueiros, Eric Rebiere , Everaldo Pato, Fabiano Tissot, Felipe Cesarano ,Guilherme Tripa, Heloy Junior, Jorge Pacelli, Lapo Coutinho, Luis Gomez de La Torre,  Marcos Moraes,  Marcos Monteiro, Maya Gabeira, Marco Giorgi, Márcio Freire, Pedro Scooby, Pedro Manga, Rodrigo  Resende, Rodrigo Koxa, Ricardo dos Santos, Sylvio Mancusi, Yury Soledade

 O evento conta com patrocínio da Mormaii, Star Lite, Pacelli Surfboards e Prefeitura de Jaguaruna.E com os apoios da Marinha do Brasil, Waves, Fluir, ESPN, Art in Surf, Jet Resgate, Sports Resgate, Rise Up, Maré Alta, Grillo Jet, Canal 29, Auto Posto Jaguarunense, Baiuka Pousada, Redivo Caminhões.

A ATOWINJ é a entidade realizadora do evento e vai monitorar a entrada de todos os swells em Jaguaruna para  a grande chamada do evento.

Crédito foto: Akiwas
Surfer: Thiago Jacaré na Laje da Jagua

domingo, 7 de abril de 2013

Vídeo do fundo da bancada da Laje da Jagua


O swell não era dos melhores e, em vez do surf, a equipe da Atow-inj (Associação de Tow-in de Jaguaruna) optou por mergulhar nas águas cristalinas de uma das pistas oficiais dos big riders brasileiros, a Laje da Jagua, em Jaguaruna (SC). 

Confira o mergulho alucinante na bancada de pedras em alto mar.

quinta-feira, 7 de março de 2013

Atleta Atow-inj na briga forte pelo Greenish 2012

O big rider catarinense André Paulista sofreu um grave acidente acidente de moto na semana passada. 

O atleta, conhecido por sua alta performance nas grandes ondas da Laje de Jaguaruna, sofreu o acidente quando ia de Jaguaruna para o Farol de Santa Marta.

Paulista foi socorrido no local. Encaminhado para o hospital, passou por uma cirurgia. 

O médico que o atendeu foi o especialista Marinho Búrigo, um dos cirurgiões que mais opera atletas pela região. A cirurgia do atleta foi um sucesso e Paulista já passa bem e agora está em casa se recuperando.

"Agradeço a todos pela força e apoio, fiquei muito feliz por saber que as pessoas estavam orando por mim, peço a Deus para que eu possa me recuperar o mais rápido possível”, conta André Paulista.

O big rider de Jaguaruna tem uma onda escrita na categoria de maior onda do prêmio Greenish, que será revelado na premiação realizada na Red Bull House em Recife (PE) no dia 23 de março.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Laje da Jagua na remada




Hoje, certamente, a Laje da Jagua é porta de entrada para os surfistas brasileiros de ondas grandes.
Jaguaruna- Brasil

Além disso, pode se tornar o cenário de encontro  para que os atletas treinem durante o ano, possibilitando um forte treinamento para encarar as grandes ondas mundiais.

Agora em 2013, a Atow-inj pretende focar mais no surf de remada e de Stand Up.  

O primeiro surfista a desafiar a Laje na remada, com registro, foi o lendário Zeca Scheffer, em 2006. Depois,  grandes nomes se aventuraram, entre eles destacam-se  Rodrigo Koxa e Everaldo Pato.

Koxa, inclusive, é frequentador assíduo do pico e  considera Jaguaruna uma das ondas mais pesadas do país.

Marquito
O ano começou bem para os big riders de Jaguaruna. Netuno já deu uma amostra grátis proporcionando dois swells logo de início, mostrando que a temporada promete.

O fotógrafo Lucas Barnis, em dia de sol, água clara e ondas de até 10 pés, não deu mole e registrou boas fotos na Laje.
Paulista
Só que desta vez a equipe da Atow-inj encarou as ondas na remada, confiram nas fotos!

Magrinho encara a Laje da Jagua de Stand Up

 No início deste ano, o surfista Alexandre Takeo, mais conhecido como Magrinho, encarou as poderosas ondas da Laje da Jagua, Jaguaruna (SC), a bordo de seu SUP.

Magrinho já havia surfado de prancha na Laje duas vezes e as ondas o deixaram fissurado para experimentar o drop de stand up paddle.

Com apoio da Atow-Inj (Associação de Tow-In de Jaguaruna), o atleta realizou mais uma investida à onda oceânica, desta vez com a formação para a esquerda.

“Me sinto lisonjeado em poder surfar essa Laje. A onda é grande, perfeita e muito perigosa, nem parece que estamos no Brasil. Me sentia como se estivesse no Hawaii", relata Magrinho”.

O fotógrafo Lucas Barnis aproveitou o momento e registrou boas ondas de Takeo. Confira na galeria acima.
 

O Hawaii é aqui " Laje da Jagua Brasil"


Nesta época do ano aqui no Brasil, grande parte dos surfistas de ondas grandes brasileiros viajam pelo mundo afora em busca de grandes swells.

Chico Prieto Laje
Para a equipe da Atow-inj o fator “dinheiro e falta de patrocínio” pesa muito para que o time corra o mundo a procura de novos desafios.

Mas um detalhe importante faz com que os atletas da Jagua não fiquem tão por baixo assim, já que possuem no quintal de casa uma das ondas mais desafiadoras da América do Sul.

E mais uma vez a Laje da Jagua surpreende a todos com um bom swell logo no começo do ano, proporcionando belos registros feito por mim, Lucas Barnis.

Sinceramente, cada vez mais fico impressionado com essa Laje. A cada banho, uma sessão totalmente diferente. Desta vez, a onda quebrava em cima da Laje, mas muito em cima mesmo, e quando a maré chupava a onda, na base você conseguia ver todas as pedras borbulhando a todo vapor. Nem sei na verdade como será quando alguém tomar uma vaca na região mortal da Laje. Pode ter certeza que o surfista será nocauteado na certa.

j
Jacaré

A função e os custos que envolvem toda uma investida na Laje não é nada fácil. Desde o monitoramento do swell, organização da equipe, preparações de equipamentos, contratação de fotógrafo e além de tudo uma disposição para que tudo dê 100% certo.

Mesmo tendo todo esse trabalho, “Deus” sempre está com a gente e mais uma vez nos iluminou e abençoou com um belo dia de big surf em pleno território brasileiro.

Realmente, o Hawaii não é aqui, mas com certeza não ficamos por baixo. Seguem algumas fotos que fiz  da equipe da Laje em mais um swell no Sul do Brasil.

Jacaré
O mar nem estava assim tão grande. Algumas ondas passavam facilmente dos 3 metros, mas o que mais assusta é que quanto menor as ondas,o pico fica mais assustador. Creio que daqui alguns anos a Atow-inj certamente estará com algum patrocinador forte, que irá dar um suporte merecido a esses grande guerreiros do mar.
Aloha e até a próxima!

Matérias da Jagua