sábado, 18 de março de 2017

Laje nervosa




Thiago Jacaré Foto Luis Reis
Fabiano Tissot Foto: Rafa Shot
Andre Paulista Foto Rafa Shot

No último fim de semana (29 e 30/10), a ressaca que devastou boa parte da costa brasileira trouxe ondas gigantes para Santa Catarina. O gráfico na internet era tão assustador, que despertou o interesse de alguns big riders brasileiros para as grandes ondas da Laje da Jagua, em Santa Catarina.

Alerta vermelho, swell na área. Acionamos a equipe Atowinj para desfrutrar de mais um dia de big surf em águas brasileiras. A Jaguaruna ficou movimentada e big riders de vários cantos do Brasil apareceram, despertando a curiosidade da comunidade que admira o surfe e os ídolos da modalidade nacional.

Na trip estavámos eu (Thiago Jacaré), Fabiano Tissot, André Paulista, João Baiuka, Lucas de Nardi, Lucas Cohen, Rafael Becker, Ricardo Schwabe, Gabriel Herzmann, Paulos Moura, Luis Roberto Formiga, Dê da Barra, Guilherme Panda, Jorge Pacelli, Luis Casagrande, Marcus Peruchi e Pepeu. Nas captação de imagens ficaram Lucas Barnis, que fez os registros em vídeo, Rafa Shot e Luis Reis nas fotos, e ainda contamos com Beto Cavalo, que disponibilizou a lancha com o piloto Eduardo Faust e Marcos Vinicius, e a Go Home Drones, que também marcou presença e fez o registro aéreo do pico.

A sessão rolou com muita vibe. Chegamos na Laje e fomos direto encarar a direita, mas logo mudamos a direção, pois a esquerda estava menos perigosa, maior e abrindo bastante. A sessão ficou marcada por muitos fatores, só citando alguns: o destemido Fabiano Tissot, que encarou a sessão na remada; o desempenho do Formiga; a primeira vez no pico de Pepeu, Peruchi e Becker; a visita dos amigos Panda, De da Barra e Pacelli; e a pilotagem nota 10 de Paulista, Baiuka e Moura. 

Tissot estava alucinado, o cara extrapolou os limites da remada na Laje. Ficava debaixo do pico com sua Havenga 10,3 e botava pra baixo sempre nas mais cavernosas. Luis Roberto Formiga, aos 53 anos de idade, mostrou que está mais jovem do que nunca. Arrebentou com seu estilo de sempre, rasgando forte e mostrando que sabe muito quando o assunto é ondas grandes. Formiga foi pioneiro na Laje da Jagua, quando foi recém foi descoberta, em 2003. Aparecia em todo swell e foi fundamental para a divulgação do pico para o mundo, com as coberturas feitas pelo programa Extreme Tv e da ESPN Brasil. Além disso, é um cara que respeito e admiro muito. Digamos que ele é o nosso "mutante" do esporte brasileiro.

No fim da sessão, nos reunimos na água e agradecemos a Deus gritando o nome de Zeca Scheffer bem alto, um dos grandes desbravadores da Laje da Jagua. Por fim, ainda fomos recebidos na base da Atowinj com um churrasco padrão feito por Fabricio Gaivira.

Laje internacional


Thiago Jacaré Foto Rafa Shot

Fabiano Tissot Foto: Rafa Shot
Vento sul, frio e água gelada, fatores típicos nas ressacas do litoral sul do Brasil. Mas não foi isso que marcou o último swell em Santa Catarina. Praias como Silveira, Cardoso e Jaguaruna receberam grandes ondulações, garantindo a alegria da galera que curte o big surf.

O swell de sul/sudeste, com gráfico de 3 metros e período entre 13 a 14 segundos, fez com que a maior equipe de ondas grandes do Sul do país, a Atowinj, entrasse mais uma vez em atividade total. Foram três dias de ondas grandes na barca da equipe com Fabiano Tissot, João Baiuka, Thiago Jacaré, André Paulista, o amigo Vitor Rosoni e os uruguaios Luca Cohen e Juan Miguel, que tocaram de carro direto do Uruguai para Jaguaruna só para surfar a Laje da Jagua. O fotógrafo parceirão da equipe, Rafa Shot, registrou todos os momentos do dia.

Nos jogamos cedinho para o terral. A previsão mostrava que existia a possibilidade de o vento entrar cedo, então, às 7:30 da manhã já estávamos na Laje conferindo o pico. Chegando lá, vimos que o mar ainda estava acordando e as ondas estavam estranhas, mas sabíamos que era só questão de maré e troca de direção de swell. Não deu outra, o swell alinhou, o mar se definiu e percebemos que o surfe seria na esquerda do pico.

Logo Fabiano Tissot pegou uma gunzeira e foi dar uma remada padrão na esquerda da Laje. Ele ficou remando bem na parte rasa da bancada. Hoje é um dos caras que mais conhece a Laje e, por ter esse conhecimento, sabe bem onde se posicionar e dropar as melhores da série. No fim ele surfou muito e fez a cabeça remando nas bombas. O resto da galera encarou as ondas no tow in, curtindo muito o big surfe em águas brasileiras. Lucas, que veio do Uruguai direto para o Brasil com seu parceiro para encarar a Laje, ficou de cara com o potencial do pico. 
João Baiuka foto: Rafa Shot

"Já tinha ouvido muito falar sobre a onda da Jagua, sabia que era uma onda sinistra, só que não sabia que a onda era tão boa assim. Nem parecia que você estava no Brasil. Vi e surfei ondas com feeling havaiano", relatou Lucas Cohen.

Já de cabeça feita, todos voltaram à praia e agradeceram a Deus por mais um dia de big surf em território nacional.

Confira acima a sessão do dia, registrada por Rafa Shot. Aloha e até a próxima!
 

Equipe Atow-inj em Nazaré 20 metrosThia

Depois de um mês em Nazaré, Portugal, conseguimos surfar um mar que já caracteriza a verdadeira face do pico. Esse lugar é muito doido, as ondas dificilmente baixaram de 10 pés durante nossa passagem por aqui.
 
Thiago Jacaré Foto: Guilherme Delarue
Você acorda cedo, vê o mar, toma café, volta pro pico e o mar fica gigante. A moto aquática é quase que inevitável. Quando o mar tem tamanho, você precisa dela tanto para o tow in quanto para a remada. Ouvia muito Carlos Burle, Rodrigo Koxa, Vitor Farias, Alemão de Maresias, entre outros tantos brasileiros, falando que a investida para Nazaré era mais certeira do que ir pra temporada havaiana, e foi tiro certo.
 
Fabiano Tissot Foto: Manuel Ricardo
Durante todo o período surfamos altas ondas, e logo no penúltimo dia no pico entrou um swell consideravelmente grande, não dos maiores, mas um que deu pra sentir na pele que esse é, com certeza, o melhor e maior pico de ondas grandes do mundo.
 
Fechamos a barca com Sérgio Cosme, David Langer, Nuno Santos, Marcelo Luna, Fabiano Tissot e eu. Tivemos um apoio de beira de praia com Lino Bogalho, da Tow In Logistics, e do representante do munícipio, Pedro Pisco. Nosso jet estava com problemas, então surfamos com o jet do amigo Marcelo Luna, que logo no início da sessão surfou uma bomba, se machucou e teve que se retirar da água. Fabiano Tissot fez dupla com David Langer, surfou boas ondas ao lado dele e ainda contou com o caldo mais sinistro do dia.
 
Nuno Santos (português) dropou umas e depois ficou dando apoio no resgate na frente da arrebentação. Sérgio Cosme, surfista também português, foi quem me puxou nas bombas. O cara, com certeza, é um dos que mais conhece o pico, além de me colocar muito bem nas ondas, resgata sempre com muita segurança. No fim do banho, ainda coloquei Sérginho numas bombas e ele foi consagrado com boas ondas.
 
Thiago Jacré Foto: Abel Precedes
Foi um dia legal e com uma vibe muito boa. Finalizamos a trip com uma bela janta no restaurante da Celeste, do grande amigo e fotógrafo André Botelho.
 
Portugal é maravilhoso, Nazaré mais ainda. Fizemos grandes amigos, em especial Abel Precedes, André Botelho, Guilherme Soares, Manuel Ricardo, Guilherme Delarue, Lino Bogalho, Pedro Pisco, Sonya Jardim, Rita Durães, entre tantos outros. Agradecer a “Red Chargers” pelo empenho na divulgação do pico, ao  site nazarewaves.com e ao Município de Nazaré pelo empenho ao big surf.

Equipe Atow-inj desafia as poderosas ondas de Nazaré

Thiago Jacare Foto: Yurico David

Fabiano Tissot Foto: Manoel Ricardo
Thiago Jacaré Foto Abel Precedes
Com a estrutura toda montada, swell à vista, equipe organizada, elaboramos como seria encarar pela primeira vez as ondas de Nazaré já com um bom tamanho. Depois de 1 mês no pico, fomos abençoados com um bom swell, e já deu pra sentir e conhecer bem como é a onda na bancada. Realmente, o que tenho a dizer é o seguinte: aqui o bicho pega, e pega pra valer. 

Acho que a pior parte da parada é mesmo a pilotagem, pois não basta ser bom, tem que ser excelente. O inside lá é muito sinistro, algo que acho que não existe em nenhum outro lugar. Aqui fizemos muitos amigos, entre um em especial, Sergio Cosme, que deu apoio total à equipe da Atowinj Big Waves Surfers na empreitada de encarar as bombas de Nazaré.

Colamos também no experiente Lino Bogalho, proprietário da Arebiri (Tow In Logistic), maior logística para surfistas de ondas grandes do pico. Lino tem de tudo, e tem como grande amigo Pedro Pisco, que trabalha no município e ajuda a desenvolver os projetos em prol do surf na cidade de Nazaré.

O swell entrou bom, não gigante, mas o suficiente para dizer que o dia foi de big surf. Armamos a barca com vários surfistas: Sergio Cosme, Paulo Marques, Nuno Santos, David Langer, Bruno Valente, Fabiano Tissot, Marcelo Luna, Kalani Lattanzi e eu.

A saída pra encarar as morras é sempre pelo porto de Nazaré. Você navega alguns minutos e chega na frente do penhasco. A parada explode no Farol com tanta violência que você já sente na pele. Existem três picos: o primeiro, que quebra de frente para o Farol e geralmente tem esquerdas e que se cair você pode se dar mal; o segundo pico quebra mais afastado pra frente da praia do Norte e o terceiro pico, que quebra mais para o meio da praia do Norte, bem mais fora que os outros dois.

A onda pode quebrar de 6 a 100 pés de face, tanto esquerdas como direitas, e rolam sessões tanto de tow in como  de remada. Nesse dia fizemos um tow e Kalani Lattanzi foi o único que vi surfando na remada. O moleque é muito casca-grossa e sangue bom.

Na água, trabalhamos muito em equipe, pois a onda de Nazaré exige isso. Quanto mais segurança você tiver, melhor, tanto pelo resgate do surfista como da sua própria prancha. Então, sempre quando um jet puxa um surfista, já tem outro jet de olho preparado para o resgate. 

Felizmente tudo deu certo e pegamos altas ondas com sol, água boa e uma vibe indiscutível. No fim, fomos ao restaurante Celeste, onde trabalha o amigo e fotógrafo André Botelho, pico em que toda galera do big surf se reúne depois do banho. 

Agradecimento especial a toda comunidade de Nazaré e aos fotógrafos Abel Precedes, Manuel Ricardo, Vitor F. Estrelinha, Yuriko David, Jorge Figueira, Guilherme M. Soares, Rafael Riancho, Melina Sinessiou e André Botelho.



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