segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Laje da Jagua - Swell surpresa

Thiago Jacare Foto: Lucas Barnis
Thiago Jacaré Foto: Lucas Barnis
Nem bem pagamos as contas do último swell na Laje da Jagua, e logo entrou outro ainda melhor na última quinta-feira. Estamos em período de espera da gravação do programa do canal Off Desejar Profundo, que conta com a participação do campeão mundial ondas grandes Carlos Burle. 

Quando verificamos os gráficos na internet, já sabia que esse poderia ser o dia “X“ para a gravação do episódio. Entramos em contato com Burle, mas ele estava na Califórnia e não chegaria a tempo no Brasil. Lamentamos sua ausência, mas começamos agilizar toda função da barca que envolve uma mega logística. 

Liga pra um, liga pra outro, agiliza aqui, ali, lá e tudo pronto para encarar mais um dia de Hawaii em pleno território nacional. Na barca, Lucas Barnis, Felipe Vieira, Fabiano Tissot,  João Baiuka, André Luiz, Marcos Savelha, Fábio Mia, Marcelo Galizio, Thiago Jacaré e Luciano Burin, que contou com sua equipe de registros. Burin, que está gravando cenas para o documentário "A Pedra e o Farol”, contratou um barco com o piloto casca-grossa Beto Cavalo e aproveitou o momento para registrar alguns cliques da session e incluir no filme que passa por fase de finalização. 
João Baiuka Foto: Lucas Barnis
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Na água, assim que chegamos ao pico, Fabiano Tissot pegou sua gun Havenga 10'3 oceânica e se jogou na água. A onda nesse dia era apenas a direita do pico. Tissot surfou quatro ondas no braço, mas as condições não estavam muito boas pra remada, era dia de tow in. De início, fui pro cabo e rebocado nas ondas por João Baiuka, que pilotou muito nesse dia. Logo de cara já peguei uma bomba lá de trás com mar lisinho, desci reto mirando na pedra e vi que o dia seria especial com altas ondas. Surfei mais umas ondas e depois já fui pra rebocar a galera. O primeiro foi João Baiuka, que nesse dia estava fora da casinha passando sempre no limite da guilhotina da bancada. Podemos dizer que Baiuka levou a bateria na água, o cara surfou pra caramba fazendo toda galera no canal ir à loucura. 

Na sequência, puxei André Luiz, um amigo local da praia de Itapiruba, em Laguna. André quebra na vala com pranchinha e sempre foi fissurado pra descer uma morras na Jagua. Nesse dia ele foi consagrado com boas ondas que lhe renderam certamente a maior onda da vida. Depois finalizei as puxadas com Fabio Mia, Savelha e Felipe Vieira, que todo swell se joga de Florianópolis e vem curtir as ondas da Laje.  
André Luis Foto: Lucas Barnis


Foi um dia animal, altas ondas, mar liso, água boa e uma vibe inesquecível com os amigos. Só temos a agradecer mais uma vez a Deus por nos presenciar boas ondas com big surf aqui mesmo no Brasil.
Aloha e até a próxima!!!




Laje da Jagua- Feriado casca-grossa



Já estávamos no mês de maio, e ainda não havia entrado nenhum grande swell no sul do Brasil este ano. As expectativas eram grandes, justamente porque o ano passado foi fraco de grandes ondulações. Este ano já havíamos surfado boas ondas em Jaguaruna e no Farol de Santa Marta, mas todas com swells pequenos que não passaram de 8 a 10 pés.

No último dia 1 de maio, Dia do Trabalhador, fomos comemorar o feriado com um treino forte na rasa bancada da Laje da Jagua. Em nossa barca, estávamos acompanhados da equipe Atow-inj com os cinegrafistas Lucas Barnis, Luciano Burin, Christian Jung  e os surfistas João Baiuka, Luiz Casagrande, Fabiano Tissot, André Luiz, Gabriel Galdino e Thiago Jacaré. 

Unimos as forças e equipamentos e nos jogamos pra encarar mais uma Laje, a terceira do ano. O surf no pico estava tenso, ondas pesadas, bancada exposta e um surf muito radical. Como o surf era na direita do pico, revezamos entre a remada e o tow in. Começamos na remada, e logo eu e o Tissot nos jogamos pra ver se arriscávamos algumas ondas. Fiquei lá fora com uma gun Havenga 10'3 e remei durante meia hora e não peguei nenhuma onda. Tissot, com uma prancha menor (7'0), ficou mais embaixo e descia algumas no chupa cabra.

No resgate estava Sapão, que vem evoluindo e ganhando espaço a cada swell que passa.  Cada vez que surfamos na Laje, vimos que ainda temos muito que conhecer sobre o pico, pois as ondas não estavam grandes, séries de no máximo 8 a 10 pés, e do nada entrava uma bomba lá fora, no segundo reef, que surpreendia a todos.

Não sei exato o tamanho, mas certamente passava dos 15 pés de face, provando mais uma vez  que a Jagua é uma caixinha de surpresa. Tissot ficou remando e eu fui pro jet pra puxar o resto da galera no tow in. Sapão foi o primeiro e representou mirando a bancada quando largava o cabo. Depois puxei André Luis, que teve sua primeira experiência no pico, e logo de cara tomou um caldão ficando 15 segundos debaixo dágua. Na sequencia puxei João Baiuka, dono da base no Farol. Baiuka surfou uma das maiores do dia, uma onda mutante que quase o engoliu nas pedras.
Galdino pilotou para os caras que estavam registrando, e foi o último que reboquei, mas mesmo assim pegou boas ondas e sempre procurou a bolha na pedra.  Tissot ficou o tempo todo na remada e conseguiu surfar algumas bombas Ao final da sessão, mostrou surpresa com a quantidade de água que passava na rasa bancada da Laje. “Esse pico é inacreditável. Quando você acha que já sabe tudo sobre ele, você é surpreendido. Uma hora a gente encaixa a bomba”, disse Fabiano.
Ficamos durante cinco horas lá fora e aproveitamos para treinar em condições maiores. Na volta agradecemos a Deus e a Zeca (em memória) por mais uma Laje surfada com segurança, pois só quem já foi lá sabe do perigo que é surfar aquela onda. Na sequência, quando chegamos à praia, lavamos todos equipamentos e fomos pra base no Farol de Santa Marta curtir noas ondas na praia do Cardoso, finalizando o dia em alto astral.
Aloha e até a próxima!!


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